sexta-feira, novembro 21, 2008

Leis Várias

Lei da Procura Indirecta diz que o modo mais rápido de se encontrar uma coisa é procurar outra e que acabamos sempre por encontrar aquilo que não estamos à procura.
Lei da Telefonia diz que quando te ligam, se tens caneta, não tens papel, se tens papel, não tens caneta, se tens papel e caneta, ninguém te liga. Diz também que quando ligas para um número errado esse número nunca está ocupado.
Lei das Unidades de Medidas diz-nos que se estiver escrito Tamanho Único é porque não serve a ninguém e muito menos a ti!
Lei da Gravidade diz que se conseguires manter a frieza quando todos à tua volta estão a perder a cabeça é porque, provavelmente, não estás a perceber a gravidade da situação.
Lei dos Cursos, Provas e Afins diz que 80% de qualquer prova final será baseada na única aula a que não foste e no único livro que não leste.
Lei da Queda Livre diz que qualquer esforço efectuado para se agarrar um objecto em queda, provoca mais destruição do que se o deixássemos cair naturalmente e que a probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor da carpete.
Lei das Filas e dos Engarrafamentos refere-se ao facto de a fila do lado andar sempre mais rápido. Nem adianta mudar de fila. A outra é sempre mais rápida.
Lei da Relatividade Documentada diz que nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual de instruções.
Lei da Atracção de Partículas - toda a partícula que voa, encontra sempre um olho aberto, ou dois.
Lei da Vida diz-nos que uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada. Tudo o que é bom na vida é ilegal, imoral ou engorda.

terça-feira, novembro 18, 2008

Mudança muda e constante.

Tudo muda, tudo se transforma e deixa de ser para passar a ser outra coisa qualquer. Num momento, no tempo de uma vida ou várias, previsto ou sem dar isso, não há nada nem ninguém que não mude. Mudam-se os tempos e com eles as mentalidades, muda-se uma ou outra coisa lá em casa, há quem mude mesmo de casa, outros mudam de opinião, há quem mude de carro, de marido, de religião, muda-se porque se envelhevece, ou porque se perde a cor, muda-se porque se pinta por cima, muda-se de sítio, troca-se de lugar, muda-se um penteado, mudam-se as leis e as regras, também se mudam as realidades, alteram-se os quotidianos, há as que mudam porque crescem, outras porque se estragam. Há quem engorde ou emagreça... uns são pais e mães, outros irmãos e tios, há outros que deixam de o ser. Mudam-se as paisagens, os hábitos, as certezas, mudam-se as vontades, as possibilidades, o que se dá por garantido deixa de ser, assim como o que está perdido se volta, às vezes, a vencer. Tudo muda. Não há nada, em altura nenhuma ou lugar do tempo, que não esteja nesse preciso momento a mudar. Há mudanças que levam gerações e gerações, outras nem um segundo. Há coisas e sítios e pessoas que parecem sempre iguais, mas não são, são sempre diferentes, mesmo que não se dê por isso. Eu mudo. E tu também. Assim como tudo e todos vão mudando à nossa volta. Mudamos, em silêncio...

sábado, novembro 08, 2008

quinta-feira, novembro 06, 2008

Sonhei!? "Reloaded"

Saio de casa a correr com as pernas a fugirem-me do corpo. Sem pressa. Desço, dois a dois, os degraus de uma escada de madeira que não existia. De atacadores desapertados piso-os, uma e outra vez - têm mais de um metro cada um - e não tropeço. Encosto-me à parede, húmida e rugosa e estou certo de que não é a mesma parede, não a reconheço, é outra, de um qualquer outro espaço, quem sabe de outro tempo! No lugar de uma das portas está uma janela que enquadra uma menina de curtos cabelos castanhos e olhos cor da Lua. Uma que já vi, mas não sei dizer bem onde... E o que sei, é que não sei onde estou. Uma melodia, que não me lembro ter ouvido antes, surge-me aprisionada - sempre a mesma, incansável. Os degraus são agora uma passadeira de madeira polida e envernizada que quando pisada se faz ecoar, enquanto range, no tom do toque do tempo da melodia que me acompanha. Tenho dificuldade em perceber se escorrego ou se sou puxado. A menina, dos olhos cor da Lua, não mos tira de cima. Às vezes, por breves segundos, vejo-me fora de mim e daqui de cima consigo ver até ao fim do mundo e para além dele. O surreal, que me toma de súbito os sentidos faz-me rodar sobre mim próprio em várias voltas - talvez esteja num quadro! - e grito bem alto para ver se me sinto, mas não me oiço. Esbatidas a pincel, surgem-me de todos os lugares imagens que me são familiares, imagens de momentos meus. Passam de um borrão a quase reais. Apagam-se no momento em que penso tocar-lhes. Tento agarrar o pincel que as pinta - quero ver quem o segura - mas sem sucesso. A melodia está agora em crescendo e é quase incontrolável, quer fugir e não pode. Como eu, também o pincel se move ao sabor da melodia. Estou dentro de um quadro fantasma e disforme onde o silêncio é pintado de cor e amparado pela agora intempestiva sonoridade melódica. Sento-me em cima de uma das imagens, ao lado dos olhos cor da Lua - que me guardam - e espero que nos pintem por cima, que se acabem as tintas ou se canse o pintor...